
Espelho: s.m. Vidro polido e metalizado que reflete a luz e reproduz a imagem dos objetos colocados diante dele.
Não é de hoje que a prática de se olhar no espelho é um costume da sociedade. Tal ação revela que o que vestimos ilustra o modo que esperamos ser vistos e interpretados mundo a fora.
Muitas vezes, podemos dizer até que: “Somos o que vestimos”, pois a roupa, acessórios, carros, decoração e tudo que pode servir como uma linguagem visual, ou seja, são aqueles três primeiros segundos que fazemos um pré-julgamento sobre a imagem de alguém e sobre a informação que ela quer passar.
Mas não é só isso que esperamos quando nos deparamos frente ao espelho; fazemos também uma auto-interpretação com o intuito de criar uma identidade e assim, esperamos que as pessoas que nos vêem tenham a mesma opinião sobre nossa imagem ao nos olhar.
Tanto é que no fragmento de Machado de Assis mostra esses dois lados que podemos obter ao nos olhar no espelho; pois além de uma forma física refletida, também é possível enxergar um estado de espírito que estamos vivenciando no momento.
Esse fragmento citado acima se decorre em “Olhei e recuei. O próprio vidro parecia conjugado com o resto do universo; não me estampou a figura nítida e inteira, mas vaga e esfumada, difusa, sombra de sombra. A realidade das leis da física não permite negar que o espelho reproduziu-me textualmente, com os mesmos contornos e feições, assim deveria ter sido. Mas tal não foi minha sensação. Então, tive medo, atribuí o fenômeno à excitação nervosa em que andava; receie ficar mais tempo e enlouquecer”.
Assim, pode-se concluir que o ato de olhar no espelho não se resume apenas em vaidade ou para fins da imagem em si, mas também em contrapartida de uma atitude que vai muito além do que se vê, ou seja, permite que a pessoa se observe e tem a chance de se imaginar e poder concretizar uma idéia do que acham dela quando a observam e assim construir aquilo que se chama de identidade própria. O espelho devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos.
Figura: http://symbolom.com.br/wp/?p=2512
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